domingo, 17 de agosto de 2014

Viagem no tempo: história dos óculos - parte 2



 
 

Ao longo do tempo, diferentes maneiras foram improvisadas ​​para a manutenção dos óculos no lugar, por exemplo, fixando-os em abas do chapéu ou perucas, mas dois ou três séculos de pesquisas foram necessários para que as armações se tornassem confortáveis e seguras.
No séc. XVI, os óculos de rebite mais populares e de preço acessível eram aceitos e desejados pelas classes média e inferior, mas não nas cortes. Goethe era míope e usava um monóculo, e não escondia a sua antipatia pelos óculos. Mesmo Napoleão Bonaparte usava  um binóculo de madrepérola com uma armação de ouro e cravejada por cristais.
A aristocracia não considerava as armações elegantes e não tolerava todos os problemas de fixação que as acompanhavam. Assim, no séc. XVII, os membros míopes da classe alta mostraram preferência por óculos de perspectiva. Além do pince-nez e do lorgnon, o  quizzer era popular entre homens e mulheres  e consistia de uma única lente mantida na frente do olho com uma alça curta decorativa. A lente podia ser redonda, oval ou retangular, mas a popularidade desse tipo de auxílio à visão desgastou-se após a metade do séc. XIX.

 

 
 
 
 Naquela ocasião, o monóculo, que já havia sido introduzida pelo prussiano Barão Philipp von Stosch aumentou em popularidade e permaneceu a escolha favorita do cavalheiro até aproximadamente meados do séc XX. O monóculo consistia numa lente circular, com ou sem aro, ligada a uma corda, com a outra extremidade presa à roupa do usuário. Ao contrário do quizzer, o monóculo era entalhado na cavidade ocular, e era muito estável e confortável de usar quando fabricado sob medida para caber exatamente na órbita do olho do indivíduo. O monóculo não foi simplesmente usado para melhorar a visão em um dos olhos, mas era um símbolo de status e transmitiu uma aura de arrogância e superioridade entre os membros da aristocracia.
 

 
 
 

Outro tipo de moda de óculos durante a segunda metade do séc. XVIII, especialmente na Inglaterra, França, Alemanha e Itália, foi o óculos-tesoura. De certa forma, eram como óculos rebitados invertidos, mas com hastes curvadas e quase sempre tinham lentes redondas. Eles eram usados ​​tanto por homens e mulheres, com uma corrente ou fita através de um anel localizado logo abaixo da dobradiça para fixá-los ao redor do pescoço. No início do séc. XIX, entretanto, sua utilização tornou-se rara.


 
 
 
  
 Muito tempo se passou até surgirem os óculos com as hastes, ou com o apoio sobre as têmporas e sobre as orelhas, causando dores de cabeça e problemas com a pele.
 O problema da estabilidade por falta dos suportes laterais foi resolvido apenas quando o oftalmologista inglês Edward Scarlett (1677-1743) criou as peças curtas que eram pressionadas acima das orelhas.
No princípio a fixação era feita por cordéis ou fitas de couro amarradas atrás da cabeça ou passando por trás das orelhas pendendo sobre o peito com um contrapeso. Depois dos amarrilhos surgiram as hastes laterais com molas espirais pressionando as têmporas para segurar os óculos na posição.
Em 1730 foram inventadas as hastes laterais rígidas para se apoiar nas orelhas e posteriormente apareceram as hastes laterais com angulação para melhor apoio e fixação no dorso do pavilhão auditivo. Mais tarde, em 1752, foram  inventadas em Londres as hastes laterais dobráveis, facilitando bastante o manejo pelos usuários.
 
 
 
 
 
 

Finalmente, em 1784, Benjamin Franklin, o famoso estadista americano, que também era inventor, cientista e filósofo, inventou os bifocais, que tanto benefícios trouxe às gerações futuras.
 

 
 
 
 
 Imaginar a vida das pessoas num tempo sem a existência dos óculos, hoje considerado um artefato tão simples, é um exercício que pode nós mostrar o impacto que isto causaria na vida de tantos ao nosso redor.
 
 
 
 
 
 
Fontes das imagens e pesquisa: http://oculos.blog.br
                                                         www.miguelgiannini.com.br      
                                                         www.antiquespectables.com 
                                                         www.opticanet.com.br
                                                         www.zeiss.com.br
 
 
 
 
 
 
Por Aline Andra
 
 
 
 

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