No universo da literatura não são raros os escândalos e embates
envolvendo plágio, direitos autorais, etc. Uma polêmica de 10 anos atrás voltou à baila por conta do filme "As
aventuras de Pi" (Life of Pi) de Ang Lee - diretor premiado de filmes como
"Razão e Sensibilidade", "O tigre e o dragão" e "O
segredo de Brokeback Mountain" - concorrente ao Oscar de 2013. O filme foi
baseado no livro homônimo de Yann Martel. Em 1981 foi publicado no Brasil, pela L&PM Editores e em 1985 nos
Estados Unidos, o livro “Max e os felinos” do autor brasileiro Moacyr Scliar. Vinte anos depois, em 2002, Yann Martel, um autor canadense, escreveu
"As aventuras de Pi" (Life of Pi) e ganhou o Booker Prizer, cobiçado prêmio inglês.
Houve plágio?!
Evidentemente, há semelhanças e diferenças nos dois relatos. No livro de Scliar, o
jovem sobrevivente , fugindo da Alemanha nazista, está viajando para o Brasil num navio que transporta animais de um zoológico; no livro de Martel, um indiano está emigrando para o Canadá, também num navio, com sua família que é dona de um zoológico. O tema central - o personagem principal à deriva num barco salva-vidas, no meio do oceano, em companhia de um felino - é o mesmo.
Conjecturas e dúvidas forçaram um posicionamento dos dois escritores.
Moacyr Scliar escolheu um caminho mais elegante e o suposto plagiador, o da
atitude ofensiva ao admitir que houvesse se inspirado em "Max e os
felinos", segundo ele, "uma boa ideia estragada por um escritor
menor", pasmem!
O que me aborrece é essa banalização do desrespeito, esse descompromisso
com a ética profissional.
Enfim, em seu livro, Yann Martel escreve basicamente sobre a fragilidade
e imaturidade do ser humano frente às vicissitudes e exigências da vida. Talvez
ele seja o melhor exemplo!
No vídeo abaixo, Moacyr Scliar dá o seu
depoimento esclarecedor sobre o assunto em pauta.
Fonte: Saiba mais em http://pt.wikipedia.org/wiki/Moacyr_Scliar
Por Aline Andra
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