quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Viagem no tempo: sacrifícios pela beleza - parte 1



Mariana in the South - Óleo sobre Tela
John William Waterhouse


A ditadura da beleza não é um fenômeno recente. A imposição pela busca dos padrões estéticos e comportamentais do momento sempre foi implacável. Das fundações da civilização aos tempos atuais, a estética representa uma forma de linguagem que define as sociedades.
Eis alguns exemplos:
Registros históricos garantem que no Egito Antigo, durante o séc. XIV A.C., a rainha Nefertiti se banhava todas as manhãs com água e carbonato de cal e esfregava o corpo com uma pasta de argila do rio Nilo para manter a pele macia e jovem. Para os cabelos, as mulheres egípcias aplicavam gordura de rabo de jacaré.





Na Roma Antiga, as mulheres usavam máscaras faciais durante a noite compostas de farinha, miolo de pão e leite de jumento para melhorar a pele. Durante o dia, utilizavam giz para manter a cútis mais clara, sais de antimônio para realçar os olhos e, pasmem, o suor dos gladiadores era coletado e vendido como eficiente cosmético. Além disso, o tratamento anti-idade era feito com a aplicação de placenta de vaca ainda quente ou uma mistura feita de genitais de vitela dissolvida em vinagre com enxofre. A urina também era utilizada como máscara facial ou para branquear os dentes.






 
Na Idade Média, o ideal de beleza era ostentar uma testa grande. Então, as mulheres usavam ingredientes como sulfeto de arsênico, cal viva, unguentos feitos de cinzas de ouriço, sangue de morcego, asas de abelhas, mercúrio e baba de lesma para depilar, polir e branquear a testa.




No séc. XVI, o pó de arroz surgiu como uma espécie de shampoo seco, usado no cabelo durante a noite, para na manhã seguinte ser eliminado com um pente, juntamente com a gordura e outras impurezas do couro cabeludo.
 

 


No início do séc. XVII, os aristocratas bebiam vinagre e suco de limão para manter a pele branca. Também se maquiavam com um pó branco (mistura de pó de arroz, talco e umas gotas de tintura de benjoim, que obstrui os poros). No caso das mulheres, o decote e as costas também eram recobertos com o mesmo pó. Veias poderiam ser traçadas com lápis azul para destacar a brancura da pele. Mais tarde, devido às epidemias que deixavam as pessoas naturalmente pálidas, a pele sem cor deixou de ser popular. Fazer com que as faces ficassem coradas e com aspecto saudável tornou-se o objetivo de todos.



Século XVIII


No séc. XVIII, o status estava relacionado à altura do cabelo. As mulheres usavam perucas e adornos imensos na cabeça. Nessa época, a máscara usada durante a noite para preservar a pele era de  ferro.





No séc. XIX, o método de eliminação das rugas chamava-se "esmaltado do rosto". Lavava-se o rosto com um líquido alcalino para aplicação de uma pasta, preenchendo as rugas. Por cima, colocava-se uma camada de esmalte feita com arsênio e chumbo, que durava cerca de um ano. Apesar da grossa espessura, a máscara podia rachar com os menores movimentos.

 

 
 
 
 

Fontes das imagens e pesquisa: http://quandovovoeramoca.blogspot.com.br
                                                         http://g1.globo.com
                                                         www.mulherviajante.com.br
                                                         http://commons.wikimedia.org
                                                         http://mulher.uol.com.br
                                                         http://paleet.adamogeva.no



Por Aline Andra
 
 
 

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