Time slice photography - Dan Marker-Moore
Por questões
econômicas que convém não perturbar ou remexer em demasia por encontrarem-se em
horizonte sujeito a intempéries, exatamente à meia-noite (a hora mágica, preferida dos poetas e contadores de histórias) e em plena primavera,
adiantamos os relógios em uma hora no que se cogitou chamar inapropriadamente e
com muita falta de criatividade de Horário de Verão. O homem, desrespeitado em
sua intenção e autonomia, se equivoca e se embaralha em noites-dias e
dias-noites, numa confusão de luzes e sombras, na vã tentativa de
entender a nova norma estabelecida por conveniência. E o tempo, tranquilo e são, continua imperturbável o seu caminho. Já as
estações, que por aqui nunca foram muito seguras de si, acabam por sofrer um
agudo surto de identidade que dura alguns meses. Eu, que não estou no melhor
dos humores, concluo que a vida faz-me rir - felizmente ainda não
histericamente - e, quero crer, sobra-me tempo...
Por Aline Andra
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