sábado, 9 de março de 2013

Viagem no tempo: evolução da moda de praia

 
 
 

As pessoas só começaram a frequentar a praia com assiduidade no séc. XIX. A princípio, como recomendação médica, por acreditar-se que a combinação de água fria e iodo trazia benefícios à saúde, aliviando doenças mentais e físicas. Até o nosso imperador Dom João VI aderiu a essa prática, embora contra a sua vontade, para curar uma ferida infeccionada em sua perna. Seguindo ordens médicas, Dom João fez diversas visitas à praia do Caju.
Um pouco mais tarde, com a urbanização e a construção das estradas de ferro, o acesso ficou mais fácil e a praia transformou-se num atraente ponto de recreação. O banho típico consistia em um breve mergulho, com senhoras de um lado e homens do outro.
Previsivelmente, novos hábitos e modismos surgiram.
Às mulheres, que no século anterior só podiam usar longos vestidos com pesos costurados à barra para evitar que as saias flutuassem, foi permitido o uso de roupas um pouco mais confortáveis, ou seja, o traje padrão passou a ser um calção bufante com uma túnica  por cima, de cor escura.


 
 
 

 Para trocarem de roupa, tinham que entrar nas “bathing machines” (máquinas do banho), que eram casinhas de madeira escuras e desconfortáveis sobre rodas, puxadas até o mar por cavalos e depois trazidas de volta à praia – tudo em nome da decência – e também deviam banhar-se em jejum.


 
 
 
 
Com a popularidade cada vez maior dos esportes como natação e mergulho, a segregação entre homens e mulheres diminuiu, os costumes foram gradualmente sendo modificados e as roupas de banho foram se adequando para proporcionar, sobretudo, maior liberdade de movimentos.
 
 
 

Em 1907, a nadadora australiana Annette Kellerman foi uma das mais ousadas, provocando um grande escândalo ao aparecer na praia de Boston em traje de banho composto, mas colado ao corpo. Foi detida por conduta lasciva.
 
 
 
 
Em 1910, o traje de banho ficou mais leve, como um vestido mais fino, porém, ainda cobrindo o corpo até os tornozelos. Também era adequado usar meias longas e sapatilhas.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nos anos 20 - considerados os “anos loucos”- após a 1ª Guerra Mundial, as mulheres cortaram os cabelos, passaram a fumar em público e trocaram os sisudos e escuros vestidos por modelos mais coloridos e curtos. Os trajes de banho acompanharam esse movimento de liberação e ficaram relativamente mais confortáveis, feitos em malha, ainda largos e cobrindo quase todo o corpo, sendo aconselhável ainda o uso de meias compridas e sapatilhas.
 
 
 
 
 
 
 
 
Em 1930, os modelos foram, cada vez mais, ajustando-se ao corpo. Com o conhecimento dos benefícios da luz solar e a moda do corpo bronzeado, a oportunidade para mudanças mais radicais surgiu. Entretanto, em nome da moral e dos bons costumes, um policial tinha a obrigação de medir o comprimento das roupas.
 
 
 
 
 
 
 
 
Finalmente, nos anos 40, houve liberalidade suficiente para a mulher mostrar suas curvas.
 
 
 
 
 
 
 
 
Em 1946, duas semanas após o teste da bomba atômica no Atol de Bikini, o francês Louis Réard, um engenheiro automotivo, criou um traje revolucionário. Nenhuma das modelos da moda de Paris ousou vestir a novidade. Foi necessário contratar uma stripper, Michele Bernardini e até ela teve de ser convencida a expor-se publicamente com peça de roupa tão sumária. A imprensa sugeriu que a vestimenta fosse batizada de biquíni porque parecia que sua portadora estava emergindo em farrapos de uma explosão nuclear usando o pouco que sobrou. Outro jornal da época descreveu-o como “quatro triângulos de nada”.
 
 
 
 
Mas, como tudo se acomoda, na década de 50, as atrizes de cinema e as pin-ups americanas passaram a ser as maiores divulgadoras do biquíni.
Em 1956, Brigitte Bardot imortalizou-o no filme "E Deus criou a mulher" ao usar o famoso modelo de xadrez vichy com babadinhos.




No Brasil, o biquíni passou a ser usado pelas vedetes que juntavam multidões nas areias em frente ao Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.  Mais tarde, a maioria das mulheres acabou seduzida, tornando-o o mais brasileiro dos trajes.
Nos anos 60, era o engana-mamãe.
Nos anos 70, a tanga.
Nos anos 80, surgiram o enroladinho, o asa delta, o de lacinho, o cortininha e o fio dental.


 

A partir daí não dá para criar mais nada porque acho que não sobrou muita coisa.
 
E a praia... Bem, a praia virou um point de lazer onde o que menos importa é o mar e seus atrativos, principalmente os terapêuticos.
 
Talvez os estilistas da moda de praia resolvam, um dia desses, retroceder no tempo e recriar modelos inspirados no séc. XIX... com certeza, será revolucionário!
 
 
 
Fontes das imagens: Google
                                   www.retronaut.com
 
 Fontes das pesquisas: http://olavosaldanha.wordpress.com
                                      http://morielnn.blogspot.com.br
                                      http://fashionuber.blogspot.com.br
                                      ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/1560.pdf
                                     
                                    
                                   

 Por Aline Andra
 

2 comentários:

  1. ALINE ADOREI O BLOG. NÃO VI TUDO QUE DEVERIA MAS O POUCO QUE APRECIEI FOI MARAVILHOSO. ELE É A SUA CARINHA. ESPERO PODER VER MAIS POSTAGENS NOS PRÓXIMOS DIAS.UM BEIJÃO!!!

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