E pensar que há nem
tantos anos, tudo era tão diferente! O que a nós – acostumados a viver num tempo preenchido e sustentado por
chips e metais autossuficientes – parece prosaico ou curioso, já foi uma
atividade respeitada e fundamental para o bem estar de todos.
Lembro-me de ainda
bem criança, quando em casa de minha avó, ouvir os apitos dos guardas-noturnos
noite adentro, único som circulando por aquelas ruas de um subúrbio carioca
como outro qualquer da época e sentir que estávamos completamente seguros e o mundo
estava em paz. Ou, ao contrário, espernear de irritação por causa da música
tocada pelo amolador de facas, que passava com seu equipamento rústico,
oferecendo seus serviços e um momento de alegria estridente que, hoje, adoraria
ouvir. A lavadeira entregava a trouxa de lençóis e toalhas bem lavados e caprichosamente passados, com um perfume peculiar e inconfundível juntamente com o rol (palavra que eu achava muito interessante, talvez por não saber o significado) todas as semanas. Uma senhora pequenina e de aparência frágil e uma menina, que servia-lhe de carregadora e acompanhante e que tinha os olhos mais sérios e tristes que eu já havia visto até então (por causa da pobreza, eu pensava). E os sorveteiros, com seus carrinhos protegidos por coloridos
guarda-sóis e cheios de delícias, aumentando ainda mais o prazer e a beleza das
calçadas das praias?
E você? Tem alguma
lembrança de uma profissão que já não mais existe, atualmente tão desnecessária
na sua simplicidade, mas justamente por isso, tão encantadora quando vista à
luz nostálgica da história?
O caçador de ratos
O “Lambe-Lambe”
Fotógrafo
profissional que tirava seus instantâneos, geralmente por encomenda, dos
momentos de lazer dos transeuntes em praças e parques.
O Arrumador de pinos
A brincadeira que remonta ao antigo Egito
(séc. IV a.C.) tem em sua história o uso
de escravos para tal tarefa. Popularizado
durante a segunda metade do séc. XIX, o boliche empregava pessoas, geralmente
crianças, para rearranjar os pinos após cada jogada. A mão de obra foi
dispensada depois que o processo tornou-se totalmente eletrônico em 1952.
A lavadeira
Muitas mulheres
sustentaram suas famílias “lavando roupa para fora” como era costume dizer.
Circulavam pelas ruas, entregando em domicílio, grandes trouxas ou cestos cheios de roupas que carregavam na cabeça.
O despertador humano
Essa profissão
nasceu com a Revolução Industrial. Vilas de moradias foram surgindo ao redor
dos parques industriais e uma pessoa era encarregada de acordar os
trabalhadores para que não perdessem a hora. Varetas de madeira, bambu ou
pedras sopradas por uma zarabatana nas janelas eram os métodos usados.
O primeiro
despertador mecânico foi desenvolvido em 1847, pelo francês Antoine Redier, mas
só se popularizou algumas décadas depois.
O pianista do cinema
Na época do
cinema-mudo, pianistas eram contratados para fazer a trilha sonora dos filmes,
improvisando os temas de acordo com a ação vista na tela. A profissão foi
popular até 1929.
Os cortadores de
gelo
Antes da invenção do
refrigerador, os serviços dos cortadores de gelo eram imprescindíveis para a
manutenção dos alimentos pelo frio (profissão obviamente restrita aos países em
que a água congelava naturalmente). A tarefa era de alto risco, mas bastante
lucrativa.
A primeira máquina
de produzir gelo utilizava o vapor e foi criada por James Harrison em 1856 para gelar
a produção de uma cervejaria.
O leiteiro
Até que se
desenvolvessem práticas de preservação ou tecnologia para armazená-lo por mais tempo,
o leite fresco era vendido de porta em porta em garrafas de vidro ou galões e o
cliente tinha que levar seu próprio vasilhame para encher.
Precursores dos
dedetizadores modernos, os caçadores de roedores entravam em sótãos, porões,
bueiros e sistemas de esgotos para exterminá-los. Durante a Primeira Guerra
Mundial, com a escassez de alimentos, os especialistas encontraram outra
fonte de renda: comercializar os ratos para serem comidos.
O acendedor de luz
Antes da introdução
das lâmpadas elétricas nos postes, um profissional percorria as ruas, acendendo
os lampiões ao cair da tarde.
O radar humano
Na Primeira Guerra
Mundial, conflito cuja grande novidade bélica foi o avião (o uso mortal da
invenção teria motivado a depressão e consequente suicídio de Santos
Dumont). Para detectar o som dos motores se aproximando, engenheiros alemães e
ingleses criaram um dispositivo de concentração (pré-radar) que permitia
informar sobre a chegada de uma bateria aérea.
Fontes das imagens e
pesquisa: http://oriodeantigamente.blogspot.com.br
Por Aline Andra
Ótima pesquisa . Parabéns .... muito interessante .... Namastê
ResponderExcluirObrigada, querida amiga!
ExcluirNamastê.
Estou aqui esperando a Parte II... Volto não!
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