Acredita-se que o
hábito de tomar café surgiu na Etiópia. Primeiro, eles começaram a mascar a
fruta e, só mais tarde, a preparar a infusão. Há um documento na Arábia, datado
de 1000 a.C., descrevendo as qualidades científicas do grão de café e de uma
bebida típica da Etiópia, chamada de
bucham. É bem provável tratar-se do café. Nesta descrição, o bucham recebe os atributos de possuir
um excelente aroma e de ser benéfica para o estômago, pele e pernas. Há quem
acredite que o café já era tomado na época de Homero e era bebida em Tróia.
Atribui-se a esta bebida, o presente levado por Helena de Esparta para Tróia.
Outra versão da
origem do café (como bebida) aconteceu em 1250, quando o xeique Omar, durante
seu exílio em Moca, fartou-se de mastigar os grãos crus de café colhidos de
plantas em estado selvagem nesta região e decidiu fazer uma infusão com eles,
criando assim a primeira bebida com os grãos de café. O interessante desta
história é que diversas curas aconteceram ao ser oferecida a infusão de café aos
enfermos, inclusive para a filha do rei de Moca, fazendo o xeique Omar voltar
triunfante à sua terra natal.
A história mais
famosa sobre a origem do hábito de tomar café é de 1.400 d.C. e cabe a um
pastor de cabras no Egito, conhecido pelo nome de Kaldi. Percebendo que os seus
animais caminhavam mais rapidamente e ficavam mais espertos e resistentes
depois de comerem grãos de café, o pastor tratou de pedir ajuda e explicação ao
abade local. O religioso interessou-se pelo assunto e resolveu fazer uma
experiência com os seus monges. Assim, preparou uma infusão e ofereceu no
início da noite, antes das longas rezas. O abade se surpreendeu. Os monges não
dormiram durante a reza e, ainda, ficaram despertos depois da mesma. Daí em
diante, a infusão com grãos de café passou a ser uma rotina no monastério.
O processo de torrefação
foi outro passo importante para a popularização do café no mundo, mas só foi
desenvolvido no Séc. XIV quando a bebida adquiriu forma e gosto como conhecemos
hoje. A etapa seguinte foi a produção comercial no Iêmen. Os pés de café foram
cultivados ali em terraços com irrigação facilitada pela água
dos poços do local, o que permitiu que a região tivesse o controle sobre a
produção em escala comercial. Foi assim que país manteve o monopólio de sua comercialização
por um bom tempo.
Por apresentar sabor
agradável e por ser estimulante, o café era o produto da moda digno de receber
grandes investimentos. O crescente interesse pela bebida permitiu sua
“globalização” e facilitou a intervenção cultural tanto nas formas de consumo
quanto nas técnicas de plantio.
A tradição de “tomar
um cafezinho” no mundo:
O hábito de tomar café como bebida prazerosa
em caráter doméstico ou em recintos coletivos se popularizou a partir de 1450.
Ele era muito comum entre os filósofos que, ao tomá-lo, permaneciam acordados
para a prática de exercícios espirituais. Poucos anos depois, a Turquia foi
responsável em difundir o “hábito do café”, transformando-o em ritual de
sociabilidade. O país foi palco do primeiro café do mundo – o Kiva Han – por
volta de 1475. Desde então, tomar café passou a ser “um rito” que se propagou
mundo afora. Em 1574, os cafés do Cairo e de Meca eram locais procurados,
sobretudo, por artistas e poetas.
Há muitas
formas de se preparar e saborear um bom café e essas variações são, sobretudo,
culturais. Alguns exemplos curiosos:
O café à
moda turca é o café não filtrado. Esquenta-se a água junto com o pó de
café e o açúcar e se coloca na xícara. Espera-se o pó de café se depositar no fundo para então tomá-lo. É a maneira típica de se tomar café na Grécia,
Turquia e Oriente Médio.
O Kopi Joss é típico da Indonésia e surge
do carvão vegetal flamejante adicionado ao café e ao açúcar em uma xícara de
água quente.
Em países
como a Sibéria, Turquia, Hungria, Etiópia e Eritréia, o café com sal é bastante
comum há muito tempo. Agora está virando moda também no resto do mundo. Uma
pitada de sal reduz o amargor e até mesmo acentua o gosto do café.
O queijo é
mergulhado no café quente e depois consumido, já mais macio. Os hispânicos
apreciam o Guarapo com queso, usando
os tipos Gouda ou Edam. Já os suecos consomem o qeuijo
finlandês Leipäjuusto no Kaffeost.
Considerado um
dos mais caros do mundo (!), este café tailandês consiste na utilização dos
grãos não digeridos e expelidos inteiros pelos elefantes. A proteína contida
nos grãos, responsável pelo amargor do café é decomposta nesse processo,
rendendo uma xícara de bebida muita rara e suave.
Para os
marroquinos, a pimenta preta em grãos adicionada ao café é fundamental. A
mistura pode ainda ser enriquecida com canela, noz moscada, cardamomo, cravo,
gengibre ou outras especiarias.
O café com cascas de
limão costuma agradar e parece ser muito consumido na Itália. A receita cítrica
alivia enxaquecas além de adoçar o café mal torrado.
Principalmente
americanos do Centro Oeste apreciam tomar um café com um ovo cru adicionado. A
bebida pode conter somente a clara e a gema ou até mesmo a casca. Após a adição
de água fervente, passa pela filtragem e se transforma em um café menos ácido e
menos amargo. No Vietnã, o Ca Phe Trung leva
gema de ovo, leite condensado e café fresco.
No sudoeste da Ásia
é comum dissolver manteiga na xícara de café quente, o que proporciona um aroma
agradável e uma textura encorpada. O Kopi
Gu You pode ser encontrado em cafeterias típicas da região.
Outro café famoso e de
preço astronômico é o Kopi Luwak, típico
da Indonésia. Surge a partir dos excrementos do civeta, animal que se alimenta
das cerejas do café e elimina os grãos inteiros e não digeridos. No Brasil,
este processo é feito com uma ave chamada jacu.
Fontes das imagens e
pesquisa: www.hypeness.com.br
Por Aline Andra
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