Não há como negar:
os óculos devem estar na lista das invenções mais importantes do mundo. Eles foram
desenvolvidos graças ao trabalho de artesãos como vidreiros, joalheiros e
relojoeiros juntamente com algumas das mais brilhantes mentes ao longo dos
séculos que muito contribuíram para o aperfeiçoamento deste valioso
instrumento.
A palavra óculos
surgiu com o termo ocularium, na
Antiguidade Clássica, para designar os orifícios das armaduras dos soldados da
época, que permitiam que os mesmos enxergassem, mas ninguém realmente sabe
determinar o início da história da ampliação da imagem.
Na história dos antigos
egípcios há referências sobre o uso de lentes sem grau como adorno.
Marco Polo relatou
em seu livro sobre viagens ao Oriente que os óculos eram de uso corrente na
China, na corte de Kublai Khan, por volta de 1275 a.C.
Uma antiga referência histórica sobre a existência dos óculos também foi encontrada em textos do filósofo Confúcio em 500 a.C. Durante séculos serviram apenas como acessórios aos nobres chineses ou meros objetos de discriminação social em relação às pessoas do povo e portadores de doenças mentais.
Mas foi na Roma dos
Césares que aconteceu a primeira mudança do conceito sobre lentes. No século I
depois de Cristo, o imperador Nero descobriu a eficiência das lentes coloridas para proteger a visão da luz
do sol ao usar uma lâmina de pedra verde (provavelmente esmeralda) sobre os olhos, durante as famosas
apresentações públicas nas arenas romanas.
Nesta época, surgiram as primeiras lentes corretivas, que eram feitas com pedras semipreciosas cortadas em finas tiras, dando origem aos óculos de grau para perto, graças ao matemático e astrônomo árabe Alhazen (965-1038) que formulou uma teoria sobre a incidência de luz em espelhos esféricos e como isso reagia no olho humano. As “pedras de leitura” funcionavam como lupas primitivas que aumentavam o tamanho das letras e eram compostas basicamente de cristal de quartzo hialino ou de pedras semipreciosas que recebiam lapidação e polimento. Uma das mais cobiçadas era o Berilo por seu brilho, beleza e transparência. Aliás, foi o seu nome que derivou a palavra brilho.
Entre os séculos IX e XI d.C., avançaram os estudos sobre o assunto. Apenas no século XII, mil anos após Ptolomeu, a Europa se volta novamente ao estudo de visão de objetos.
Porém, a existência do vidro remonta aos tempos pré-cristãos e existem registros históricos afirmando que já antes do final do primeiro século da era cristã, os fenícios, inspirados pelos chineses, iniciaram a arte de fabricação do vidro, descobrindo que a mistura da areia ao salitre, fundida pelo calor do sol, resultava em vidro bruto. No Egito, em 1500 a.C., já existia uma bem estabelecida indústria vidreira.
Segundo a tradição acreditava-se que este
conhecimento vinha do sábio alquimista Hermes Trimegisto.
O que se sabe é que em algum momento entre o ano 1000 e 1250 d.C., este material foi aperfeiçoado para ser usado como lentes e as lupas de vidro foram desenvolvidas através de uma tecnologia bruta. Em 1268, o frade franciscano inglês Roger Bacon (1220-1292) em sua obra “Opus Majus”, observou que as pessoas conseguiam enxergar melhor através de menos da metade de uma esfera de vidro. As experiências de Bacon confirmaram o princípio da lente convexa, descrita por Alhazen. Na época, Bacon presenteou o Papa com uma dessas lentes e os monges foram, sobretudo, os maiores beneficiados por passarem longas horas trabalhando nas grandes bibliotecas da Europa.
No século
IV a.C., Euclides escreveu a "Óptica", com base na ideia de que o tamanho dos
objetos era determinado pelo ângulo sob o qual eram olhados.
Já Ptolomeu, durante
o século II a.C., também escreveu uma obra denominada "Óptica". Sua linha de
pensamento era diferente da de Euclides: em vez de considerar relevante apenas
o ângulo visual, o foco serão os comprimentos.Uma antiga referência histórica sobre a existência dos óculos também foi encontrada em textos do filósofo Confúcio em 500 a.C. Durante séculos serviram apenas como acessórios aos nobres chineses ou meros objetos de discriminação social em relação às pessoas do povo e portadores de doenças mentais.
Nesta época, surgiram as primeiras lentes corretivas, que eram feitas com pedras semipreciosas cortadas em finas tiras, dando origem aos óculos de grau para perto, graças ao matemático e astrônomo árabe Alhazen (965-1038) que formulou uma teoria sobre a incidência de luz em espelhos esféricos e como isso reagia no olho humano. As “pedras de leitura” funcionavam como lupas primitivas que aumentavam o tamanho das letras e eram compostas basicamente de cristal de quartzo hialino ou de pedras semipreciosas que recebiam lapidação e polimento. Uma das mais cobiçadas era o Berilo por seu brilho, beleza e transparência. Aliás, foi o seu nome que derivou a palavra brilho.
Entre os séculos IX e XI d.C., avançaram os estudos sobre o assunto. Apenas no século XII, mil anos após Ptolomeu, a Europa se volta novamente ao estudo de visão de objetos.
Porém, a existência do vidro remonta aos tempos pré-cristãos e existem registros históricos afirmando que já antes do final do primeiro século da era cristã, os fenícios, inspirados pelos chineses, iniciaram a arte de fabricação do vidro, descobrindo que a mistura da areia ao salitre, fundida pelo calor do sol, resultava em vidro bruto.
O que se sabe é que em algum momento entre o ano 1000 e 1250 d.C., este material foi aperfeiçoado para ser usado como lentes e as lupas de vidro foram desenvolvidas através de uma tecnologia bruta. Em 1268, o frade franciscano inglês Roger Bacon (1220-1292) em sua obra “Opus Majus”, observou que as pessoas conseguiam enxergar melhor através de menos da metade de uma esfera de vidro. As experiências de Bacon confirmaram o princípio da lente convexa, descrita por Alhazen. Na época, Bacon presenteou o Papa com uma dessas lentes e os monges foram, sobretudo, os maiores beneficiados por passarem longas horas trabalhando nas grandes bibliotecas da Europa.
O primeiro par de
óculos de ferro com aros grandes, unidos por rebite, foi descoberto na
Alemanha, em 1270. Com movimentos de compasso, permitia ser ajustado
precariamente sobre a ponta do nariz.
Nesse mesmo século,
no ano de 1286, um modelo semelhante apareceu em Pisa, na Itália.
Tecnicamente, eles foram formados a partir de
duas lâminas de vidro ou cristal em forma convexa. Cada uma delas foi cercada
por uma moldura e recebeu uma alça que foi ligada por um rebite. Eles não eram
realmente uma invenção, mas uma adaptação brilhante da simples lupa de vidro.
Entretanto, não se
encontravam óculos por toda parte. Eles eram raros, custavam caríssimo e eram
considerados verdadeiras joias. Seu valor era tal que eram relacionados em
inventários de bens de família e deixados em testamentos como herança, assim
como fez Charles V, o sábio, rei da França (1364-1380).
Existe um registro
histórico na China, durante a dinastia Ming (1260-1368), atestando que um rico senhor
trocou uma parelha de finos cavalos de raça por um par de óculos.
Somente a partir do séc. XV, a palavra Occhiali e seu uso começou a ser
difundido, recebendo um grande impulso para o seu desenvolvimento nas regiões
onde outros objetos de vidro estavam sendo produzidos. Nessa época, Veneza e
a ilha de Murano mais especificamente estavam se tornando um dos centros mais
avançados para a indústria de vidro medieval. A Aliança de Trabalhadores de
cristal foi criada oficialmente em 1284 e a organização adotou um termo para os
“discos para os olhos” (roidi da ogli
ou vetri da occhi) pela primeira vez. Florença tornou-se o principal reduto de fabricantes de óculos de boa qualidade
prontamente disponíveis e acessíveis. Os duques de Milão encomendaram óculos
florentinos às centenas para dá-los de presente aos seus cortesãos.
Paralelamente à
invenção da imprensa (1450) por Johann Gutenberg, os óculos já eram objetos de
desejo de muitos e, ao disponibilizarem os livros, a popularidade deste instrumento
essencial aumentou drasticamente. Os primeiros grandes editores na Europa ofereciam conjuntamente a venda de um livro e a de óculos para leitura.
Outros centros de
produção em países como Alemanha, França e Holanda começaram a surgir.
Documentos comprovam que, até o final do séc. XV, milhares de óculos estavam
sendo exportados de um país para outro em toda a Europa.
As armações de couro foram sendo substituídas
aos poucos por outros materiais: madeira, chifre, casca de tartaruga, osso,
marfim e metais, tais como ferro, prata, ouro e outras ligas.
Um vendedor circulando
pelas ruas era uma visão comum. As pessoas vasculhavam cestos cheios de óculos com
armação de metal e tiras de couro alemão até conseguirem escolher o mais
adequado ao seu problema de visão.
No início eles
começaram a ser usados somente para a visão de perto, para leitura, para
corrigir a Presbiopia ou "vista cansada". Aos poucos eles passaram a
ser usados também para a correção da Hipermetropia. Entretanto o primeiro
registro do uso para a Miopia só foi feito em 1441 por Nicolaus Cusanus em seu
livro "De Beryllo". Já a correção do Astigmatismo, por meio de lentes
cilíndricas, só aconteceu bem mais tarde, na Inglaterra, em 1827.
Antes disso, em
1611, Kepler já havia introduzido o uso de prismas. Após 1665, quando o primeiro jornal, “A Gazeta de Londres”, apareceu, a demanda aumentou ainda mais. O uso de óculos passou a ser considerado um símbolo de cultura e status.
Os óculos foram
evoluindo substancialmente desde sua criação na Idade Média. Uma das maiores
transformações está ligada ao design. “Após o primeiro modelo de ferro, os
franceses fizeram várias modificações na armação e a transformaram no pince-nez (pinça de nariz), com lentes
para perto e fixada na metade do septo nasal; o lorgnon, cuja característica era uma haste lateral para ser
segurada; e a lorgnette, primeira
peça criada exclusivamente para a mulher”. A
lorgnette era uma peça delicada e tinha uma haste lateral de 20 a 50
centímetros. Os três modelos são do século XV e além de utilitários, serviam
também como joias para seus usuários dada a riqueza de materiais – como ouro e
outros metais nobres – e pedras preciosas incrustadas nas armações.
Sensacional sua pesquisa amiga !!!!! Adorei !!!!!! Realmente quando usamos um objeto simples hoje.... para nós ...esquecemos
ResponderExcluira sua longa trajetória nas culturas humanas ... Carinhoso Namastê Continue sempre assim c/ estas pesquisas excelentes ....