Ao
longo do tempo, diferentes maneiras foram improvisadas para a manutenção
dos óculos no lugar, por exemplo, fixando-os em abas do chapéu ou perucas, mas
dois ou três séculos
de pesquisas foram necessários para que as armações se tornassem
confortáveis e seguras.
No séc. XVI, os
óculos de rebite mais populares e de preço acessível eram aceitos e desejados pelas
classes média e inferior, mas não nas cortes. Goethe era míope e usava
um monóculo, e não escondia a sua antipatia pelos óculos. Mesmo Napoleão
Bonaparte usava um binóculo de madrepérola com uma
armação de ouro e cravejada por cristais.
Muito tempo se passou até surgirem os óculos com as hastes, ou com o apoio sobre as têmporas e sobre as
orelhas, causando dores de cabeça e problemas com a pele.
A aristocracia não considerava as armações elegantes e não tolerava todos os problemas de fixação que as acompanhavam. Assim, no séc. XVII, os membros míopes da classe alta mostraram preferência por óculos de perspectiva. Além do pince-nez e do lorgnon, o quizzer era popular entre homens e mulheres e consistia de uma única lente mantida na frente do olho com uma alça curta decorativa. A lente podia ser redonda, oval ou retangular, mas a popularidade desse tipo de auxílio à visão desgastou-se após a metade do séc. XIX.
Naquela ocasião, o monóculo, que já havia sido introduzida pelo prussiano Barão Philipp von Stosch aumentou em popularidade e permaneceu a escolha favorita do cavalheiro até aproximadamente meados do séc XX. O monóculo consistia numa lente circular, com ou sem aro, ligada a uma corda, com a outra extremidade presa à roupa do usuário. Ao contrário do quizzer, o monóculo era entalhado na cavidade ocular, e era muito estável e confortável de usar quando fabricado sob medida para caber exatamente na órbita do olho do indivíduo. O monóculo não foi simplesmente usado para melhorar a visão em um dos olhos, mas era um símbolo de status e transmitiu uma aura de arrogância e superioridade entre os membros da aristocracia.
Outro tipo de moda de óculos durante a segunda metade do séc. XVIII, especialmente na Inglaterra, França, Alemanha e Itália, foi o óculos-tesoura. De certa forma, eram como óculos rebitados invertidos, mas com hastes curvadas e quase sempre tinham lentes redondas. Eles eram usados tanto por homens e mulheres, com uma corrente ou fita através de um anel localizado logo abaixo da dobradiça para fixá-los ao redor do pescoço. No início do séc. XIX, entretanto, sua utilização tornou-se rara.
O problema da
estabilidade por falta dos suportes laterais foi resolvido apenas quando o oftalmologista
inglês Edward Scarlett (1677-1743) criou as peças curtas que eram pressionadas
acima das orelhas.
No princípio a
fixação era feita por cordéis ou fitas de couro amarradas atrás da cabeça ou
passando por trás das orelhas pendendo sobre o peito com um contrapeso. Depois
dos amarrilhos surgiram as hastes laterais com molas espirais pressionando as
têmporas para segurar os óculos na posição.
Em 1730 foram
inventadas as hastes laterais rígidas para se apoiar nas orelhas e
posteriormente apareceram as hastes laterais com angulação para melhor apoio e
fixação no dorso do pavilhão auditivo. Mais tarde, em 1752, foram inventadas em Londres as hastes laterais
dobráveis, facilitando bastante o manejo pelos usuários.
Finalmente, em 1784,
Benjamin Franklin, o famoso estadista americano, que também era inventor,
cientista e filósofo, inventou os bifocais, que tanto benefícios trouxe às
gerações futuras.
Imaginar a vida
das pessoas num tempo sem a existência dos óculos, hoje considerado um artefato tão simples, é um exercício que pode nós mostrar o
impacto que isto causaria na vida de tantos ao nosso redor.
Fontes das imagens e
pesquisa: http://oculos.blog.br
Por Aline Andra
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