quinta-feira, 29 de maio de 2014

Bem no fundo






No fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto

a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela — silêncio perpétuo

extinto por lei todo o remorso,
maldito seja quem olhar pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais

mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos
saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas.


Paulo Leminski


 

Por Aline Andra


 

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Lendo em qualquer lugar



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte das imagens: Google
 
 
 
Por Aline Andra
 
 

terça-feira, 27 de maio de 2014

Rhapsody in Blue - Leung Pak-yue

 
 



Como explicar tanto talento e seriedade numa pessoa ainda tão miúda?
Leung Pak-yue  venceu a competição de 2009 do Festival de Harmonica de Hangzhou (China), tocando a bela e difícil composição de George Gershwin - que combina elementos da música clássica com influências do jazz. 
Digno de registro e aplausos!
 


 
 
 
 

Por Aline Andra
 
 
 

 

domingo, 25 de maio de 2014

"O artista não é...


The Connoisseur - Norman Rockwell
(Óleo sobre tela - 1962)


...e nunca foi um homem isolado que vive no alto de uma torre de marfim. O artista, mesmo aquele que mais se coloca à margem da convivência, influenciará necessariamente, através de sua obra, a vida e o destino dos outros. Mesmo que o artista escolha o isolamento como melhor condição de trabalho e criação, pelo simples fato de fazer uma obra de rigor, de verdade e de consciência, ele está a contribuir para a formação duma consciência comum.
Mesmo que fale somente de pedras ou de brisas a obra do artista vem sempre dizer-nos isto: Que não somos apenas animais acossados na luta pela sobrevivência, mas que somos, por direito natural, herdeiros da liberdade e da dignidade do ser."



Sophia de Mello Breyner Andresen












Por Aline Andra




quarta-feira, 14 de maio de 2014

Comendo palavras

 
 


O papel de arroz é um dos trunfos da culinária. Desde os tradicionais rolinhos com recheios variados até as modernas impressões coloridas com tinta comestível para coberturas de bolos, com criatividade, seu uso é ilimitado.
Fazê-lo em casa é muito fácil. Basta deixar os grãos de molho por 24 horas e depois bater tudo no liquidificador. A massa líquida cozinha muito rápido quando espalhada em um pano sobre o vapor. O papel fica mais resistente e muito mais elástico que o da versão encontrada em lojas de produtos orientais. Se desejar torná-lo maleável novamente, basta hidratá-lo na água em temperatura ambiente por alguns segundos, colocá-lo sobre um pano limpo e seco e enrolar com recheio, cortar como macarrão, etc. 
 






A sugestão muito simples, mas não menos interessante para um momento descontraído, foi feita pela Neka Menna Barreto, chef e nutricionista brasileira: escreva o que desejar em uma folha de papel de arroz, usando um pedaço de chocolate ou canetas com tinta comestível e compartilhe com seus parceiros na brincadeira. Digerir palavras, frases, declarações ou confissões pode se tornar bem poético e, quem sabe, até terapêutico!
 
 

Neka e sua palavra
 
 
 
 
Fonte da imagens: Google
                                  http://discoverymulher.uol.com.br
 
 
 
 
 
 
Por Aline Andra
 
 

 

domingo, 11 de maio de 2014

O humor de papelão

 




Ennio Marchetto, um comediante italiano cuja marca registrada é a capacidade de fazer impagáveis imitações de artistas e obras de arte famosas, utiliza trajes de papel ou papelão bidimensionais (criados em colaboração com o figurinista holandês Sosthen Hennekam). Sua carreira começou na década de 80 durante o Carnaval de Veneza. Muitos anos e vários prêmios depois, ele detém 350 personagens em seu repertório. Em performances de uma hora, ele passa com incrível agilidade por cinquenta mudanças de roupa, muitas delas na frente do público.
 
 

 




Por Aline Andra
 
 

sábado, 10 de maio de 2014

Viagem no tempo: profissões do passado - parte 2


 

O guarda-noturno

Eles não usavam, como os vigilantes de hoje, as guaritas que agora vemos nas esquinas dos bairros. Eram profissionais autônomos cadastrados pela Polícia Civil.
Circulavam o tempo todo a pé ou de bicicleta, geralmente em duplas, e costumavam cortar o silêncio da madrugada com o longo silvo dos apitos. Isso atestava sua presença para intimidar os malfeitores e tranquilizar os contribuintes voluntários. Estes ganhavam, além de segurança, uma plaquinha colocada na fachada das casas, identificando quem pagava pelo serviço.

 
 
 
 
A telefonista

As centrais telefônicas eram comuns até a década de 80 quando a digitalização do serviço começou a ser implantada. Apesar de ainda existir a profissão de operadora de telefonia, em empresas médias ou de grande porte, fazendo a distribuição das chamadas para o ramal desejado, a função está em extinção.
 

 
 
O transportador de toras

Antes da utilização de caminhões ou barcos, homens flutuavam pelos rios em cima das toras de madeira para levá-las até o destino final.
 

 
 
 
O leitor

Iniciada no séc. XIX, a atividade consistia em ler jornais ou mesmo livros inteiros, em voz alta, ao longo da jornada de trabalho como forma de aliviar o tédio das tarefas repetitivas. O profissional era colocado em uma altura acima dos demais para que sua voz se sobrepusesse e, curiosamente, era contratado pelos funcionários e não pela empresa.

 

 
 
 
 
 
Os ambulantes

Vendedores circulavam pelas ruas oferecendo mercadorias diversas, principalmente produtos artesanais ou hortifrutigranjeiros cultivados ou criados em seus próprios quintais. Os mascates viajavam de cidade em cidade vendendo em domicílio e a prazo para uma clientela regular. 


 

 
O sapateiro

A profissão de sapateiro ainda não está extinta, mas já são raras as oficinas de consertos gerais e até mesmo confecção sob medida de calçados.
 
 
 
 
 
 
O transportador de carga
 
Antes do transporte especializado em mudanças e cargas menores ficar tão acessível, homens carregavam, nas costas ou em veículos e equipamentos rudimentares, os pertences dos que os contratavam para a tarefa.





 
O engraxate
 
Atividade muito comum em todos os pontos movimentados das cidades. Geralmente praticada por meninos, que com suas caixas de madeira ou uma cadeira fixa, colaboravam desde cedo nas despesas familiares.


 

 
O amolador de facas e tesouras
 
Serviço oferecido e bem recebido por um profissional que se estabelecia em ruas residenciais durante algumas horas e chamava a atenção dos moradores com um som característico ao tocar melodias em uma flauta de cinco tubos ou com a fricção dos metais.  
 
 
 
 


 
Fontes das imagens e pesquisa: http://o riodeantigamente.blogspot.com.br
                                                         http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt
                                                         http://profissões.web.simplesnet.pt
 

 

Por Aline Andra
 
 


terça-feira, 6 de maio de 2014

Viagem no tempo: profissões do passado - parte 1





E pensar que há nem tantos anos, tudo era tão diferente! O que a nós – acostumados  a viver num tempo preenchido e sustentado por chips e metais autossuficientes – parece prosaico ou curioso, já foi uma atividade respeitada e fundamental para o bem estar de todos.
Lembro-me de ainda bem criança, quando em casa de minha avó, ouvir os apitos dos guardas-noturnos noite adentro, único som circulando por aquelas ruas de um subúrbio carioca como outro qualquer da época e sentir que estávamos completamente seguros e o mundo estava em paz. Ou, ao contrário, espernear de irritação por causa da música tocada pelo amolador de facas, que passava com seu equipamento rústico, oferecendo seus serviços e um momento de alegria estridente que, hoje, adoraria ouvir. A lavadeira entregava a trouxa de lençóis e toalhas bem lavados e caprichosamente passados, com um perfume peculiar e inconfundível juntamente com o rol (palavra que eu achava muito interessante, talvez por não saber o significado) todas as semanas. Uma senhora pequenina e de aparência frágil e uma menina, que servia-lhe de carregadora e acompanhante e que tinha os olhos mais sérios e tristes que eu já havia visto até então (por causa da pobreza, eu pensava). E os sorveteiros, com seus carrinhos protegidos por coloridos guarda-sóis e cheios de delícias, aumentando ainda mais o prazer e a beleza das calçadas das praias?
E você? Tem alguma lembrança de uma profissão que já não mais existe, atualmente tão desnecessária na sua simplicidade, mas justamente por isso, tão encantadora quando vista à luz nostálgica da história?





O “Lambe-Lambe”
 
Fotógrafo profissional que tirava seus instantâneos, geralmente por encomenda, dos momentos de lazer dos transeuntes em praças e parques.
 


 
O Arrumador de pinos
 
 A brincadeira que remonta ao antigo Egito (séc. IV a.C.) tem  em sua história o uso de escravos para tal tarefa.  Popularizado durante a segunda metade do séc. XIX, o boliche empregava pessoas, geralmente crianças, para rearranjar os pinos após cada jogada. A mão de obra foi dispensada depois que o processo tornou-se totalmente eletrônico em 1952.

 

 
A lavadeira

Muitas mulheres sustentaram suas famílias “lavando roupa para fora” como era costume dizer. Circulavam pelas ruas, entregando em domicílio,  grandes trouxas ou cestos cheios de roupas que carregavam na cabeça.
 
 
 

 
 
O despertador humano

Essa profissão nasceu com a Revolução Industrial. Vilas de moradias foram surgindo ao redor dos parques industriais e uma pessoa era encarregada de acordar os trabalhadores para que não perdessem a hora. Varetas de madeira, bambu ou pedras sopradas por uma zarabatana nas janelas eram os métodos usados.
O primeiro despertador mecânico foi desenvolvido em 1847, pelo francês Antoine Redier, mas só se popularizou algumas décadas depois.


 

O pianista do cinema

Na época do cinema-mudo, pianistas eram contratados para fazer a trilha sonora dos filmes, improvisando os temas de acordo com a ação vista na tela. A profissão foi popular até 1929.
 

 
 

Os cortadores de gelo

Antes da invenção do refrigerador, os serviços dos cortadores de gelo eram imprescindíveis para a manutenção dos alimentos pelo frio (profissão obviamente restrita aos países em que a água congelava naturalmente). A tarefa era de alto risco, mas bastante lucrativa.
A primeira máquina de produzir gelo utilizava o vapor e foi criada por James Harrison em 1856 para gelar a produção de uma cervejaria.


 

O leiteiro

Até que se desenvolvessem práticas de preservação ou tecnologia para armazená-lo por mais tempo, o leite fresco era vendido de porta em porta em garrafas de vidro ou galões e o cliente tinha que levar seu próprio vasilhame para encher.
 

 

 
O caçador de ratos
 
Precursores dos dedetizadores modernos, os caçadores de roedores entravam em sótãos, porões, bueiros e sistemas de esgotos para exterminá-los. Durante a Primeira Guerra Mundial, com a escassez de alimentos, os especialistas encontraram  outra fonte de renda: comercializar os ratos para serem comidos.
 
 


O acendedor de luz
 
Antes da introdução das lâmpadas elétricas nos postes, um profissional percorria as ruas, acendendo os lampiões ao cair da tarde.
 
 
 


O radar humano
 
Na Primeira Guerra Mundial, conflito cuja grande novidade bélica foi o avião (o uso mortal da invenção teria motivado a depressão e consequente suicídio de Santos Dumont). Para detectar o som dos motores se aproximando, engenheiros alemães e ingleses criaram um dispositivo de concentração (pré-radar) que permitia informar sobre a chegada de uma bateria aérea.
 
 
 
 
 
 
 
 

 

Fontes das imagens e pesquisa: http://oriodeantigamente.blogspot.com.br
                                                         http://profissões.web.simplesnet.pt
                                                         www.interessantenota10.com
                                                         http://semena.com
 
 
 
 
Por Aline Andra