quarta-feira, 30 de abril de 2014

A fugaz arte de Kseniya Simonova






Que talento!!!
Nascida na pequena cidade de Yevpatoriya, na península da Crimeia, essa linda moça de 29 anos - conhecida como The lady of the sand - conquistou merecidamente a fama depois de vencer a edição ucraniana do Got Talent de 2009.
Também psicóloga e tradutora de poesia, ela prova que a verdadeira arte independe de circunstâncias e muitos aparatos. É uma doação transformadora e emocionante da alma do artista para quem queira recebê-la e mesmo quando são criações fugazes, tornam-se inesquecíveis.
Para realizar uma obra, Kseniya utiliza apenas areia vulcânica (a mais adequada para esse tipo de manipulação), uma superfície plana e uma caixa de luz. Com impressionante destreza, ela vai contando histórias que nos transportam para uma dimensão onde sentimentos e memórias são compartilhados em um nível, talvez, arquetípico.
Vários prêmios e condecorações já confirmaram seu sucesso e comprometimento. Envolvida intensamente em movimentos sociais, Keseniya participa de apresentações e concertos beneficentes para auxiliar instituições médicas e dar suporte a pacientes, especialmente crianças, com doenças graves.
Vale a pena conhecer um pouco mais sobre sua vida e seu trabalho:  http://simonova.tv


 Beautiful Morocco foi criado para a Foundation of Her Highness Princess Lalla Hasna, que promove a conscientização da importância de preservar o meio ambiente, depois de uma pesquisa de quatro meses sobre a história e cultura do país.    




The Miracle of the Brain foi dedicado às pessoas que sofrem de Transtorno Bipolar.

 


 




Por Aline Andra



segunda-feira, 28 de abril de 2014

Lótus: pureza e longevidade





Bela e exótica, a flor de lótus (Nelumbo nucifera) é reverenciada como símbolo de pureza espiritual há centenas de anos. Com pétalas vistosas e folhas gigantescas, a planta se eleva da água enlameada  e tem características que garantem sua longa sobrevivência, tornando-a um dos sistemas genéticos mais poderosos encontrados na natureza. Suas folhas repelem a sujeira e a água, suas flores geram calor que atraem os polinizadores e o revestimento do fruto é uma cobertura com antibióticos naturais e feita de cera que assegura a incomum viabilidade da semente. As proteínas nela contidas permanecem capazes de promover a germinação depois de séculos de envelhecimento e mesmo em condições climáticas adversas.
Através de pesquisas realizadas por cientistas dos Estados Unidos, China, Austrália e Japão, o genoma que informa o segredo de sua longevidade foi analisado e sequenciado.
“O genoma do lótus é antigo e agora sabemos seu abecedário. Os biólogos moleculares podem estudar mais facilmente a forma como seus genes são ligados e desligados durante períodos de estresse e porque as sementes desta planta podem viver 1300 anos. Este é um passo para conhecer o segredo antienvelhecimento da planta lótus sagrada”, disse Jane Shen-Miller, cientista sênior da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) em comunicado à imprensa.




 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fontes das imagens e pesquisa: Google
                                                                    Fotos de Hélio Alberto Rocha Mattos
                                                                    http://aumagic.blogspot.com.br
                                    
                                     
                                
       





Por Aline Andra




domingo, 27 de abril de 2014

Pequenas mãos de artista



 

A caverna de Rouffignac na Dordogne (França), é um dos santuários de arte rupestre mais importantes do mundo. Em seu interior são encontrados desenhos valiosos de mamutes e rinocerontes  pintados pela mão do homem no período Magdalenian, cerca de 13.000 anos atrás. Mas seus oito quilômetros de galerias também estão cheios de impressões digitais que cobrem os tetos e paredes da caverna de uma forma decorativa.
Jess Cooney, da Universidade de Cambridge (Inglaterra) e Leslie Van Gelder, da Universidade Walden (EUA)  começaram uma investigação e descobriram que muitas dessas primeiras marcas foram feitas por crianças de três a sete anos. O método comparativo tem servido para identificar a idade e sexo de qualquer um destes jovens e determinar que muitas delas foram feitas por uma menina, de cerca de cinco anos, da qual pouco mais se sabe além do fato de que era uma artista precoce e prolífica.
Algumas das impressões e sulcos feitos pelas crianças - quando passavam as mãos na superfície macia da parte superior das paredes e tetos - indicam que elas foram auxiliadas por adultos que talvez as tenham segurado nos ombros para que pudessem realizar a tarefa. “Uma das cavernas é tão rica em sulcos feitos por crianças que sugere que era um espaço reservado para elas, como se fosse para jogar, para algum ritual impossível de determinar ou simplesmente para terem algo para se ocupar num dia de chuva”, dizem as arqueólogas.

 
 
 

 
 
  

Em qualquer caso, a imagem de um ancestral segurando sua filha nos ombros para que ela possa deixar sua marca pessoal  no teto de uma caverna é uma das cenas mais fascinantes que podemos imaginar de nosso passado.  



 

Fonte das imagens e pesquisa: Prehistoric pré-escolar (Universidade de Cambridge)





Por Aline Andra

 
 

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Calma!



 

Em The God, uma animação dirigida em 2003 por Konstantin Bronzit , uma estátua de bronze de Shiva Nataraja (a divindade hindu que personifica a benevolência)  luta para livrar-se do assédio enlouquecedor de uma mosca, causando mais e mais danos para si mesmo.
Uma reflexão: não estaremos também dando um insensato poder aos problemas que - independentemente do tamanho ou dimensão - acabam por ser, de modo geral, passageiros?
Eu sei, eu sei, nem sempre é tarefa fácil...
 
 

 
 
 
 
Fonte da imagem: www.estudioicone.com 
 
 
 

Por Aline Andra
 
 
 
 

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Sobre Gabriel García Márquez (1927-2014)






Já doente há bastante tempo e sem conseguir “desembrulhar suas memórias”, ele não mais escrevia e vários foram os boatos, mas hoje foi confirmada a morte, aos 87 anos, desse escritor que se fez presente de forma avassaladora na vida de muitos.
Não creio que tenha existido na literatura latino-americana outro artesão da palavra tão criativo e tão influente. Na minha trajetória como leitora, ele foi uma maravilhosa descoberta. Suas histórias fantásticas me ajudaram a entender que a realidade tem muitas facetas e pode sim ser percebida e vivida diferentemente e sem prejuízos por cada pessoa que queira investir um tanto de imaginação e delicadeza.
Nem sei mais quantas vezes já reli sua obra, mas tenho certeza de que o mistério e o encantamento que sinto serão  sempre renovados. Talvez não por acaso ele tenha desejado, antes de ser  escritor, ser mágico.
Que o genial Gabo esteja em paz.


"se deixou levar por sua convicção de que os seres humanos não nascem para sempre no dia em que as mães os dão à luz, e sim que a vida os obriga outra vez e muitas vezes a se parirem a si mesmos."
Em: O amor nos tempos do cólera


 


 


Por Aline Andra




quarta-feira, 9 de abril de 2014

Desenredo - Boca Livre e Roberta Sá






Penso que a música popular brasileira tem dois extremos: o do talento incontestável e o da mediocridade absoluta. Não há meio termo, fórmulas salvadoras ou espaço para enganações. Os que  tem o que dizer, o fazem poeticamente, apaixonadamente e com um brilho que não se extingue. Quanto ao resto...
O quarteto Boca Livre formado atualmente por Maurício Baeta (contrabaixo, violão e vocal), Zé Renato (violão e vocal), David Tygel (viola e vocal) e Lourenço Baeta (flautas, violão e vocal), sempre esteve na lista dos que merecem todos os aplausos. Em perfeita sintonia e com escolhas musicais impecáveis, eles só melhoram com o tempo. E já lá se vão mais de vinte e cinco anos de carreira!
Roberta Sá é uma joia da nova geração. Não conheço todo o seu repertório, mas sei da sua seriedade, bom gosto e inquietação na busca de uma identidade musical.
Desenredo, música de Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro, está de doer nesse encontro de vozes tão especiais.
Ê, Minas! Sinto uma frustração confessa e inexplicável de não ter nascido mineira.




 

 

Por Aline Andra



segunda-feira, 7 de abril de 2014

O túnel



Ilusões de óptica - Abril de 2013


As ilusões de ótica não são espetaculares?
Uma imagem estática engana tão facilmente nosso cérebro a ponto de se mostrar, a nossos olhos, distorcida ou em movimento? Muito desconcertante...
Gosto de observá-las como um lembrete de que nem tudo é o que parece ou de que nossas certezas (principalmente as que nos chegam através dos sentidos) devam ser sempre questionadas. Afinal, há que ter cautela porque entrar no túnel e enfrentar o desconhecido de olhos abertos ou fechados talvez dê no mesmo...








Fonte da imagem: www.mdig.com.br





 
Por Aline Andra




domingo, 6 de abril de 2014

Para sempre, José Wilker (1946-2014)




Um curto e valioso depoimento sobre o amadurecimento de um ator, mas principalmente sobre tornar-se uma pessoa que soube usufruir intensamente de muitas curtas e valiosas vidas: a sua e a de seus inesquecíveis personagens.




 


 

Por Aline Andra



quinta-feira, 3 de abril de 2014

Canção na Plenitude





Não tenho mais os olhos de menina
 nem corpo adolescente, e a pele
 translúcida há muito se manchou.
 Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
 agrandada pelos anos e o peso dos fardos
 bons ou ruins.
 (Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)
 
O que te posso dar é mais que tudo
 o que perdi: dou-te os meus ganhos.
 A maturidade que consegue rir
 quando em outros tempos choraria,
 busca te agradar
 quando antigamente quereria
 apenas ser amada.
 Posso dar-te muito mais do que beleza
 e juventude agora: esses dourados anos
 me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
 e não menos ardor, a entender-te
 se precisas, a aguardar-te quando vais,
 a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
 e sobretudo força — que vem do aprendizado.
 Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
 cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
 cujas correntes ocultas não levam destroços
 mas o sonho interminável das sereias.
 
 
Lya Luft
 
Extraído do livro "Secreta Mirada", Editora Mandarim - São Paulo, 1997, pág. 151.





 
 
Por Aline Andra