terça-feira, 30 de setembro de 2014

Beleza e Movimento




Com uma coreografia original e um cenário perfeito, os chineses Yang Liping e Wang Di encenam a dança de acasalamento do pavão. Belíssimo!

Yang Liping diz que “The Peacock apresenta um maravilhoso drama de balé, que fala sobre a natureza, a vida, o crescimento, a natureza humana e do amor, bem como a integração mútua da vida, o natural, o céu e a terra. Ela flui e desperta no meu corpo, e se manifesta com afluência de emoções.”










Por Aline Andra




segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Viagem no tempo: femininas revoluções - parte 2




A mãe que brinca alegremente com o filho na praia – 1950



Mulheres afegãs em uma biblioteca pública antes do regime Talibã tomar o poder - 1950





Erika, húngara de quinze anos de idade, que lutou pela liberdade contra a União Soviética - 1956




A ativista pelos Direitos Humanos Annie Lumpkins na cadeia de Little Rock – 1961



Kathrine Switzer torna-se a primeira mulher a correr a Maratona de Boston, apesar das tentativas de detê-la – 1967



O movimento pelas Libertação das Mulheres em Detroit (EUA) – 1970




Uma policial em Los Angeles (EUA) cuidando de um bebê abandonado – 1971



Jeanne Manford marcha com seu filho gay durante a Parada do Orgulho – 1972




Ellen O’Neal, uma das primeiras skatistas profissionais – 1976





Elspeth Beard durante sua tentativa de se tornar a primeira mulher inglesa a circunavegar o mundo de motocicleta numa viagem de três anos – 1980


 

Anna Fischer, a primeira “mãe no espaço” – 1980



Uma mulher sueca batendo em um manifestante neonazista com sua bolsa. Ela teria sido uma sobrevivente de um campo de concentração – 1985



Armênia de cento e seis anos protegendo sua casa com uma AK47 – 1990




Sim, incontáveis mulheres de gerações passadas se empenharam por uma mudança em suas vidas, pelo reconhecimento de suas capacidades e desejo de realização fora do lar e longe do jugo masculino. Consequentemente, essas vitórias passaram a ser de todas. E foram tantos os desdobramentos bem sucedidos desses gestos, atitudes individuais ou movimentos coletivos que sinto que um limite deixou de ser respeitado. Há algo de confuso e nebuloso entre o céu e a terra.
Disse Mary Del Priore, escritora e historiadora que muito admiro, em entrevista à revista Isto é:
“O diagnóstico das revoluções femininas do século XX é ambíguo. Ele aponta para conquistas, mas também para armadilhas. No campo da aparência, da sexualidade, do trabalho e da família houve benefícios, mas também frustrações. A tirania da perfeição física empurrou a mulher não para a busca de uma identidade, mas de uma identificação. Ela precisa se identificar com o que vê na mídia. A revolução sexual eclipsou-se diante dos riscos da Aids. A profissionalização, se trouxe independência, também acarretou stress, fadiga e exaustão. A desestruturação familiar onerou os dependentes mais indefesos, os filhos.”
“Ocupando cada vez mais postos de trabalho, a mulher se vê na obrigação de buscar o equilíbrio entre o público e o privado. A tarefa não é fácil. O modelo que lhe foi oferecido era o masculino. Mas a executiva de saias não deu certo. São inúmeros os sacrifícios e as dificuldades da mulher quando ela concilia seus papéis familiares e profissionais. Ela é obrigada a utilizar estratégias complicadas para dar conta do que os sociólogos chamam de “dobradinha infernal”. A carga mental, o trabalho doméstico e a educação dos filhos são mais pesados para ela do que para ele. Ao investir na carreira, ela hipoteca sua vida familiar ou sacrifica seu tempo livre para o prazer. Depressão e isolamento se combinam num coquetel regado a botox.”
“No decorrer deste século, a brasileira se despiu. O nu, na tevê, nas revistas e nas praias incentivou o corpo a se desvelar em público. A solução foi cobri-lo de creme, colágeno e silicone. O corpo se tornou fonte inesgotável de ansiedade e frustração. Diferentemente de nossas avós, não nos preocupamos mais em salvar nossas almas, mas em salvar nossos corpos da rejeição social. Nosso tormento não é o fogo do inferno, mas a balança e o espelho. É uma nova forma de submissão feminina. Não em relação aos pais, irmãos, maridos ou chefes, mas à mídia. Não vemos mulheres liberadas se submeterem a regimes drásticos para caber no tamanho 38? Não as vemos se desfigurar com as sucessivas cirurgias plásticas, se negando a envelhecer com serenidade? Se as mulheres orientais ficam trancadas em haréns, as ocidentais têm outra prisão: a imagem.”
“As mulheres brasileiras estão adormecidas. Falta-lhes uma agenda que as arranque da apatia. O problema é que a vida está cada vez mais difícil. Trabalha-se muito, ganha-se pouco, peleja-se contra os cabelos brancos e as rugas, enfrentam-se problemas com filhos ou com netos. Esgrima-se contra a solidão, a depressão, as dores físicas e espirituais. A guerreira de outrora hoje vive uma luta miúda e cansativa: a da sobrevivência. Vai longe o tempo em que as mulheres desciam às ruas. Hoje, chega a doer imaginar que a maior parte de nós passa o tempo lutando contra a balança, nas academias.”
“Em países onde tais questões foram discutidas, a resposta veio como proposta para o século XXI: uma nova ética para a mulher, baseada em valores absolutamente femininos. De Mary Wollstonecraft, no século XVIII, a Simone de Beauvoir, nos anos 50, o objetivo do feminismo foi provar que as mulheres são como homens e devem se beneficiar de direitos iguais. Todavia, no final deste milênio, inúmeras vozes se levantaram para denunciar o conteúdo abstrato e falso dessas ideias, que nunca levaram em conta as diferenças concretas entre os sexos. Para lutar contra a subordinação feminina, essa nova ética considera que não se devem adotar os valores masculinos para se parecer com os homens. Mas que, ao contrário, deve-se repensar e valorizar os interesses e as virtudes femininas. Equilibrar o público e o privado, a liberdade individual, controlar o hedonismo e os desejos, contornar o vazio da pós-modernidade, evitar o cinismo e a ironia diante da vida política. Enfim, as mulheres têm uma agenda complexa. Mas, se não for cumprida, seguiremos apenas modernas. Sem, de fato, entrar na modernidade.”








Fonte das imagens: http://news.distractify.com












Por Aline Andra
 


domingo, 28 de setembro de 2014

Viagem no tempo: femininas revoluções - parte 1







Estas fotografias já são eloquentes se observadas e organizadas cronologicamente em seus contextos históricos, mas a meu ver, o que vale ressaltar é a intensidade dos sentimentos percebidos nos olhos dessas mulheres. Neles, pude captar júbilo, orgulho, determinação, sofrimento e, sobretudo, um vislumbre do que só posso pensar em chamar de sentimento de “mais-valia”: uma certeza - no mínimo uma intuição que só pertence ao universo feminino - da importância fundamental de suas presenças e atitudes, naquele exato momento, em prol de uma conquista pessoal ou não, de uma afirmação anônima ou não de direitos e deveres.
Ser mulher nunca foi fácil. Livrar-se de um conceito de criatura frágil e dependente deu trabalho e exigiu coragem para enfrentar uma mentalidade patriarcal, que boicotava uma nova forma de pensar e agir contrária à expectativa e a conveniência de ambos os sexos e desde o início dos tempos. Estas heroínas invisíveis do nunca tão simples cotidiano fizeram a diferença e ajudaram a mudar o mundo.
 


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Guerreira samurai – últimas décadas de 1800




Uma operária de obra trabalhando no alto de uma construção - 1900



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O primeiro time de basquete do Smith College (EUA) - 1902



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Annette Kellerman foi presa por falta de decoro após usar esta roupa de banho em público - 1907



Maud Wagner, a primeira tatuadora dos EUA - 1907



Komako Kimura, uma sufragista japonesa em uma marcha realizada em Nova York - 1917



Uma mulher protestando depois da “Noite do terror”, quando trinta e três ativistas do movimento sufragista foram brutalmente espancadas e presas por “obstrução do tráfego” - 1917




A enfermeira da Cruz Vermelha escrevendo o que provavelmente devem ter sido as últimas palavras de um soldado britânico - 1917



Algumas mulheres prestando juramento para o US Marine Corps - 1918



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Leola N. King, a primeira guarda de trânsito dos EUA - 1918



Meninas entregando pesados blocos de gelo na época da guerra, depois que os trabalhadores do sexo masculino foram convocados - 1918



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Gertrude Ederle, a primeira nadadora a cruzar o Canal da Mancha - 1926



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Amelia Earhart, a primeira a voar sobre o Oceano Atlântico - 1928



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Mulheres treinando boxe em Los Angeles (EUA) - 1933



A fotógrafa Margaret Bourke-White no alto do Chrysler Building (EUA) - 1934



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Sarla Thakral, a primeira indiana a conquistar uma licença para pilotar - 1936



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Mulheres exibindo as pernas em shorts, pela primeira vez em público, em Toronto, Canadá - 1937



Membros do “Exército da Mãe” sendo treinadas durante a guerra na Inglaterra - 1940



Uma mulher que bebe o chá no rescaldo de um bombardeio alemão durante a blitz de Londres - 1940




Voluntárias aprendendo a combater incêndios em Pearl Harbor - 1941



Mães parisienses protegendo seus filhos de franco-atiradores alemães - 1944



Enfermeiras americanas desembarcando na Normandia - 1944



Simone Sigouin, dezoito anos, lutou na Resistência Francesa durante a libertação de Paris - 1944



Uma holandesa que se recusou a deixar o marido, um soldado alemão, e acompanhou-o no cativeiro após ter sido capturado pelos soldados aliados - 1944



Pilotos femininas da 2ª Guerra - 1945




Uma mãe mostrando a foto de seu filho, prisioneiro de guerra, na tentativa de encontrá-lo - 1947









Fonte das imagens: http://news.distractify.com



 








Por Aline Andra

 


quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O grande ditador (The great dictator)





Muitos o consideravam um demagogo, mas é inegável que Charles Chaplin enriqueceu a História do Cinema com personagens inimitáveis e suas mensagens.
Em O grande ditador (1940), seu primeiro filme falado e o mais lucrativo, ele critica o nazismo e o fascismo em uma sátira inesquecível, genialmente abrindo um espaço para a contestação - segundo Mikhail Bakhtin, filósofo e pensador russo, "existe sempre um elemento de medo, de fraqueza, de resignação, de mentira e de intimidação na seriedade. Já o riso pressupõe que o medo foi dominado, não impondo nenhuma interdição ou restrição. Assim, o cômico engloba um elemento de vitória sobre o temor inspirado por todas as formas de poder, por tudo que oprime e limita."
Devido a sua paródia explícita de Adolf Hitler e da posição humanitária do discurso final, ele foi acusado de ser comunista pelos movimentos anticomunistas que surgiram no contexto da Guerra Fria, motivo suficiente para abalar sua reputação e lhe causar muitos problemas.
Para que sua atuação ficasse perfeita, Chaplin passou várias horas, durante dois anos, na frente do projetor, estudando e analisando todo o material audiovisual que conseguiu localizar sobre a vida de Hitler. Com o roteiro pronto, teve a preocupação de atribuir nomes aos seus personagens que se relacionassem diretamente com os reais. Assim, Adolf Hitler é Adenoid Hynkel, Goebbels é Garbitsch - do inglês garbage, que significa lixo –, Mussolini é Napaloni e Göring é Herring. Nem mesmo a suástica, símbolo oficial do III Reich, foi perdoada, sendo transformada na dupla cruz.
Além de Hynkel, Chaplin também fez o papel de um barbeiro judeu. Em nenhum momento do filme o seu nome é revelado e é dessa forma que os demais personagens se reportam e se referem a ele. No entanto, são nítidas as semelhanças com o famoso personagem de Chaplin - Tramp, o Vagabundo (para nós, Carlitos) -, o chapéu de feltro, os grandes sapatos, as calças compridas e folgadas, acompanhadas de um paletó apertado.
Enquanto Chaplin rodava as primeiras cenas, Hitler invadia a Polônia e iniciava a Segunda Guerra Mundial. Somente após 559 dias, o filme estava terminado, integralmente financiado por Chaplin. A demora na finalização deveu-se ao seu caráter perfeccionista: ele repetia várias vezes a mesma cena e chegava a refilmar algumas, mesmo depois de prontas.
Chaplin chegou a confessar que se soubesse das verdadeiras atrocidades cometidas nos campos de concentração não teria tido coragem para filmar O grande ditador.
Um grande artista com uma história de vida das mais interessantes, um filme empolgante que vale a pena rever e cuja mensagem, a propósito, continua atual.






Por Aline Andra






quarta-feira, 17 de setembro de 2014

O louco





 

Perguntais-me como me tornei louco.
Aconteceu assim:
um dia, muito tempo antes
de muitos deuses terem nascido,
despertei de um sono profundo e notei que todas
as minhas máscaras tinham sido roubadas

- as sete máscaras que eu havia confeccionado
e usado em sete vidas -e corri sem máscara pelas
ruas cheias de gente, gritando:
"Ladrões, ladrões, malditos ladrões!"

Homens e mulheres riram de mim e alguns correram
para casa, com medo de mim.
E quando cheguei à praça
do mercado, um garoto trepado no telhado de uma
casa gritou: "É um louco!".

Olhei para cima, para vê-lo.
O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e
minha alma inflamou-se de amor pelo sol,
e não desejei mais minhas máscaras. E, como num
transe, gritei:

"Benditos, benditos os ladrões
que roubaram minhas máscaras!"
Assim me tornei louco.

E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura:
 e a segurança de não ser compreendido, pois aquele desigual
que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.

 
Khalil Gibran (1883-1931)

 

 

 

Por Aline Andra


 

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Incentivo à Leitura


 
 
 

Despertar o amor pela literatura não é tão complicado, não está necessariamente vinculado a outros interesses e é um passo gigantesco em direção a uma melhor formação cultural e espiritual. É impossível não reconhecer que, de alguma forma, a literatura pode interferir consideravelmente nas relações humanas, modificando o social.
Achei este vídeo – produzido para a televisão americana durante uma campanha de arrecadação de fundos para compra de livros – simplesmente genial! Uma iniciativa de pouco mais de um minuto é suficiente para inspirar e incentivar.
 
 

 
 
 
 

Por Aline Andra
 
 
 
 

domingo, 14 de setembro de 2014

Educação: que direito é esse?

 

“A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”, disse Nelson Mandela. Exatamente por isso, mesmo considerando-se as diferenças culturais, o que acontece é que o que deveria ser um direito assegurado e facilitado não o é...
Estas imagens mostram o trajeto que, de todas as partes do mundo, muitas crianças devem enfrentar para chegar à escola.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte das imagens: http://obutecodanet.ig.com.br
 
 
 
 
 
Por Aline Andra