domingo, 19 de outubro de 2014

O desequilíbrio e o tempo



 
Time slice photography - Dan Marker-Moore



Por questões econômicas que convém não perturbar ou remexer em demasia por encontrarem-se em horizonte sujeito a intempéries, exatamente à meia-noite (a hora mágica, preferida dos poetas e contadores de histórias) e em plena primavera, adiantamos os relógios em uma hora no que se cogitou chamar inapropriadamente e com muita falta de criatividade de Horário de Verão. O homem, desrespeitado em sua intenção e autonomia, se equivoca e se embaralha em noites-dias e dias-noites, numa confusão de luzes e sombras, na vã tentativa de entender a nova norma estabelecida por conveniência.  E o tempo, tranquilo e são, continua imperturbável o seu caminho. Já as estações, que por aqui nunca foram muito seguras de si, acabam por sofrer um agudo surto de identidade que dura alguns meses. Eu, que não estou no melhor dos humores, concluo que a vida faz-me rir - felizmente ainda não histericamente - e, quero crer, sobra-me tempo...

 

 
 
 
 
Por Aline Andra


 
 

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