Fonte: http://palavre.tumblr.com
Minha intimidade com os livros já vem de longa data.
Desde o tempo, que então parecia passar vagarosamente, em que eu, menina tímida
e introspectiva, preferia às brincadeiras infantis, desbravar e viver aventuras
no nem tão grande quintal da casa de minha avó. Ficar sozinha, apreciando
silenciosamente os movimentos da natureza, sempre foi um prazer e um conforto.
Até que um dia, entrei no “quartinho de guardados” onde em meio às ferramentas
de jardim, pneus, espelhos antigos, garrafas de vidro colorido e objetos
desdenhados, descobri uma pilha de empoeirados livros.
Lembro-me ainda da sensação, talvez primeira, do mistério. Que vontade de aprender logo a ler! Quantas descobertas, quanto conhecimento apenas por saber decifrar e juntar aquelas letrinhas... Enquanto isso me contentava em cheirá-los, sentir sua maciez ou aspereza e olhar incansavelmente suas ilustrações.
Lembro-me ainda da sensação, talvez primeira, do mistério. Que vontade de aprender logo a ler! Quantas descobertas, quanto conhecimento apenas por saber decifrar e juntar aquelas letrinhas... Enquanto isso me contentava em cheirá-los, sentir sua maciez ou aspereza e olhar incansavelmente suas ilustrações.
Bem, o tempo passou, mas esse sentimento amoroso não.
Muitos já foram lidos. E a cada novo livro, a mesma emoção se instala.
Quantas horas cativas, quanto daquilo que fui e agora sou foi moldado por esse
íntimo diálogo... Sim, diálogo, porque autor e leitor tornam-se cúmplices nessa
caminhada. Vidas e mundos que quando me tocam a alma, passam a fazer parte de
mim para sempre.
Por Aline Andra
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