Estou com metade do meu coração vigiando o sonho de sair dessa grande, barulhenta e tumultuada cidade e ir morar no interior e, quando digo isso, estou me referindo ao sentido geográfico e ao abstrato. Um lugar onde a busca pelo isolamento e pela boa e construtiva solidão, que possibilita reencontros comigo mesma, não seja uma feroz batalha diária e quase sempre perdida. Um cantinho verde e florido onde seja absolutamente natural e previsível viver em conexão com os valores essenciais e mais simples, com a natureza, com o próximo e com os pequenos e preciosos momentos que constroem um dia harmonioso.
A começar pela cozinha...
Que ela seja um lugar onde eu possa procurar receitas em antigos cadernos de família ou reviver um tempo em que a comida caseira com aromas e sabores ensinados por gerações era absolutamente normal. Sobretudo, um lugar onde não se fale em comfort food (comidas que causam conforto, em tradução livre), a tendência gastronômica da vez, que vem sendo explorada não só pelos chefs de cozinha, mas também pela indústria alimentícia, pela literatura, pelo cinema...
Lembram-se do filme de animação “Ratatouille”, quando o ratinho chef de cozinha Remy conquista o respeito e admiração do temido crítico gastronômico Anto Ego, quando à primeira colherada de um ratatouille (refogado de legumes) se emociona com a recordação de sua mãe e de sua infância?
“A comfort food surgiu como uma forma de resgate da comida simples, doméstica e sem grandes técnicas de preparo, fazendo um contraponto à comida industrializada. Coisa de norte-americano, que percebeu que as pessoas querem resgatar sua história, seus prazeres e sensações agradáveis vividas no passado”, explica Elis Cavalcante, uma das principais consultoras de comfort food no Brasil.
Causa-me certo desconforto pensar que nossas carências e amorosas lembranças estão sendo manipuladas ou exploradas por consultores, empresas, mídia e sabe-se lá mais por quem. Enfim, se chegamos a esse ponto que, pelo menos, essa moda nos traga um saldo positivo, embora desconfie que a “comida caseira” nos restaurantes sofisticados, cujo objetivo é aliviar nossas dores da alma, deve doer no bolso...
Não te deu vontade de fugir para bem longe também?
INGREDIENTES:
- 350 g de farinha
de trigo
- 1 ovo
- 300 ml de leite
- 3 colheres de chá
de fermento em pó
- 1 colher de sopa
de açúcar
- 1 colher de chá de
sal
- 3 colheres de sopa
de manteiga derretida
MODO DE FAZER:
- Misture com o
fouet todos os ingredientes secos. Abra um espaço no meio da tigela e coloque
os ingredientes líquidos. Incorpore bem. A massa deve ficar resistente, mas cair
da concha quando levantada. Se for necessário, acrescente mais um pouco de
leite. Unte uma frigideira com manteiga. Coloque uma concha de massa e (em fogo
baixo por mais ou menos 1 minuto) espere dourar de um lado, vire e deixe dourar
o outro lado. Se a frigideira for grande, não espalhe demais a massa. Ela deve
ficar mais grossa. Passe um pouco de manteiga por cima e espalhe a geleia de
sua preferência, Nutella ou uma calda feita com duas colheres de sopa de mel,
uma colher de sopa de água e raspas de um limão.
Divinas no café da
manhã...
MODO DE FAZER:
- Corte o topo da
maçã, retire o miolo e coloque para ferver (mais ou menos 1 minuto) com um pau
de canela, cravos e um anis estrelado. Pode acrescentar as cascas para ferver
junto. Depois coar, devolver para dentro da maçã e decorar com as especiarias.
Aconchegante e calmante...
Por Aline Andra
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